Não tenho nada ao
que me segurar. Nem minha pele, branca,
Se
alguém perguntar alguma vez
Diz-lhe
que tenho minhas origens e... o simbólico.
Como
eu faço para falar sobre isso que me constringe? Então...
Será
que existe uma alma mestiça? Sei não, com certeza
não
posso adotar essa visão não.
Mas
então, por onde começar?
É
justo falar de um começo além do meu próprio nascimento?
Ir
por trás das raízes que permeiam minha identidade.
Qual
é meu lugar de fala então? Sei lá.
Só
sei que não quero ocupar o que não é meu, mas...
Tem
alguma coisa que me pertence?
É
isso verdadeiramente importante?
Só quero desfazer-me do ego mesmo, vai,
vai embora.
Tem
dias que sinto um sangue escorregando pela minha faze sabe.
Dentro de mim tem um grito que pede desculpas
como
se alguém
Tivesse-as
pedido.
O
que tudo mundo sabe, mas eu não sei, e que ninguém as
Pediu.
Somente as reclamou,
Por
uma questão, tal vez, de justiça.
Não
sei de onde provem o grito,
Exatamente.
Gostaria de saber o exato das coisas.
tal
vez venha dum lado, como se esteve recortada por um fio preto.
Sendo
assim, como um desenho desfigurado numa cartografia anónima.
Pois
o meu nome não deve ser nomeado ainda
Por
tantas outras vozes que me configuraram lá trás
Na
minha história apócrifa.
....
Tem
sim, um lugar para mim.
Mas
não devo ter pressa ainda.
Tudo
isso vai acontecer além do meu entendimento,
Sendo,
tal
vez,
questão
de se deixar ser,
De
se deixar ir e ver o que acontece.
setembro.2022
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